Eis o link para a tradução do artigo clássico de Myles Burnyeat. Juntamente com o artigo de Frede traduzido pelo Ariosvaldo e postado na Sképsis, e mais outro artigo do Barnes ("The Beliefs of a Pyrrhonist"), oferecem, em sua divergência, uma espécie de bibliografia essencial básica das interpretações fundamentais do pirronismo na literatura especializada. É interessante, ainda, comparar a interpretação deles com a de Porchat em "Sobre o que aparece", também publicado na Sképsis.
Este blog e todo o material nele postado destina-se exclusivamente às atividades acadêmicas deste Grupo de Estudos, vinculado ao CNPq. O grupo congrega, dentre outros, pesquisadores do CCNH da UFABC e do Departamento de Filosofia (alunos de graduação e pós-graduação) da UFPR.
Alexandre, possivelmente por Apeles
A natureza polêmica e controvertida da filosofia cética ao longo da história da filosofia é, ao menos em parte, resultado da ambiguidade e imprecisão com que esse termo é continuamente mobilizado. Já Sexto Empírico, médico e filósofo do início da era cristã, principal fonte do ceticismo pirrônico hoje restante, insiste no modo como as usuais “refutações” da filosofia cética baseiam-se numa compreensão precária do que eles disseram. Se a sua retomada no período do Renascimento, como diz Richard Popkin, contribuiu decisivamente para a gestação da assim chamada filosofia moderna, as controvérsias e mal-entendidos apenas se multiplicaram. Não apenas filósofos explicitamente simpáticos ao ceticismo – como Montaigne, Gassendi, Bayle e Hume – o reconstruíram de modos singulares e diversos, como diversos daqueles que pretenderam refutá-lo – como Berkeley ou Kant – são tributários dessa filosofia num grau que por vezes eles mesmos parecem não ter reconhecido integralmente, o que é seguramente muito mais verdadeiro a respeito das leituras usuais dessas filosofias. O objetivo do grupo “Questões Céticas” é o de formar e integrar pesquisadores interessados no exame dos contornos problemáticos e desconhecidos da “tradição cética” e de suas consequências. Isso abrange tanto o estudo das diversas versões de ceticismo historicamente dadas, em diversos de seus aspectos: epistemológicos, científicos, morais, políticos e literários, e mesmo a maneira como problematiza radicalmente a própria natureza da filosofia, como suas repercussões diversas ao longo da história da filosofia, inclusive e sobretudo na rejeição do ceticismo.
sexta-feira, 28 de maio de 2010
terça-feira, 18 de maio de 2010
AVISO
O professor Plínio Smith (Unifesp), autor de O ceticismo de Hume, dará uma palestra no Evento sobre Hume na quinta-feira, dia 20, às 15h00. Com isso, fica desmarcada a palestra da noite.
sexta-feira, 14 de maio de 2010
Tournon - Um testemunho em suspenso
Este artigo não é propriamente sobre ceticismo, mas toca lateralmente no assunto, ao analisar alguns ensaios de Montaigne mostrando como ele se apoiaria em um modelo judiciário, privando-se de sentenciar. Há uma análise que me pareceu interessante de II, 6. Escaneei para um amigo mas estou postando aqui porque pode ter interesse mais amplo para o Grupo.
sábado, 8 de maio de 2010
Carneades was no probabilist
Embora seja um texto difícil e a cópia esteja ruim de ler (trata-se de uma cópia da versão datilografada pelo autor), vai aqui um texto clássico do Myles Burnyeat em inglês, jamais publicado.
segunda-feira, 3 de maio de 2010
Leiam aqui a breve e interessante análise do R.J. Hankinson (The Sceptics, London and New York: Routledge, 1995) acerca da passagem dos Acadêmicos examinada no último encontro e daquela que seria a posição filosófica de Filo de Larissa. (Obs: para possibilitar o entendimento do texto, há uma anotação à margem da pg. 118, que ficou ilegível; trata-se das quatro exigências que definiriam uma "representação apreensiva" segundo o estóico Zenão: "Uma representação é apreensiva se e somente se (i) é causada pelo objeto real; (ii) representa acuradamente o objeto; (iii) é impressa nos sentidos; (iv) é de um tipo tal que não pode provir de algo inexistente."
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